Gostava de ter colocado todos estes posts durante a euforia dos Óscares. Infelizmente, andava demasiado ocupado com o pequeno “projecto” onde trabalho, para conseguir manter actualizado o blog. Por outro lado, não tinha tido a oportunidade de ver todos os filmes que gostava e queria ter feito um texto o mais completo possível.
Como não o consegui, à boa maneira tuga, vou postar aqui – de forma incompleta e com 3 semanas de atraso - o que já tinha escrito sobre os filmes que vi entretanto. Não planeio seguir nenhuma ordem particular(vou continuar com as minhas dissertações usuais - isto é, algo para ler para quando não há nada melhor para fazer) e pronto... neste ano, consegui acertar 3 dos Óscares para as categorias principais: Melhor Actriz, Melhor Filme e Melhor Actor Principal.
Wallace & Gromitt
(venc. melhor filme animado)
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Walk the Line
(venc. melhor actriz, nom. melhor actor, edição, som, vestuário)
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Como grande fã dos U2 que sou, o nome Johnny Cash era-me familiar da música nº 10 do álbum Zooropa. Em vez de ouvirmos o Bono, ouve-se a voz grave de um senhor a cantar um música diferente do que o quarteto irlandês nos tinha habituado. Antes do filme, tive a sorte de ouvir esta colectânea que saiu , o que me tinha semipreparado para o filme, que acabou por me surpreender agradavelmente: os números musicais são muito bons (e pronto, convém referir, que são mesmo eles a cantar) e o trabalho de actores está excelente, especialmente a Reese Whiterspoon. Nunca imaginei que ela me conseguisse fazer esquecer os seus filmes anteriores :)
O resto do filme, pronto … é daquelas coisas assim a puxar para o lamechas e previsível, mas pareceu-me competente qb.
Capote
(venc. melhor actor, nom. melhor realizador, filme, argumento, actriz secundária)
Para mim o candidato mais estranho dos Óscares. Embora o Phillip Seymour Hoffman faça um bom papel, o filme em si não me cativou. Posso estar a ser um bocado corte, mas prefiro “A Última Caminhada” e o “South park” (isto é, filmes sobre a pena da morte e com actores principais que têm vozes efeminadas e irritantes). Mas... até fiquei com alguma curiosidade para ler o livro.
Match Point
(nom. melhor argumento)
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(Esta expressão é demais. Vai contra tudo o que é raciocínio científico, mas esta capacidade de adaptação da língua portuguesa é qualquer coisa de fenomenal.)
Voltando ao filme: Ajuda bastante o facto de a única americana ser a Scarlet Johanson (wow!) e do autor se ter apenas limitado ao papel de realizador / argumentista: o actor principal não encarna nenhuma personagem tipicamente “Woody”, nem é flor que se cheire. A diversificação da obra a que nos habituou só lhe fez bem e resultou num filme muito bom. Mesmo assim, gostei mais do Annie Hall.
Munique
(nom. melhor filme, melhor realizador, edição, musica, argumento adaptado)
Quem me conhece sabe que gosto bastante dos filmes do Spielberg…
- Início de divagação desnecessária (recomendo que saltem o próximo parágrafo)
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…Fico é extremamente desiludido quando ele consegue estragar a recta final do que parece ser uma obra-prima… não gosto daqueles finais em que *do nada* alguém, ou algo, consegue salvar o dia e fazer com que a história tenha um final super, ultra e hiper lamechas... mas enfim, se calhar isto é o meu ódio de estimação por o que podia ter sido o melhor filme de ficção científica desde o Blade Runner a falar mais alto, mas pronto…
- Fim de divagação desnecessária -
… e este filme é muito bom mesmo. Gostei particularmente da realização – há alturas de pura manipulação do espectador que são geniais – e do trabalho de actores. E sim, desta vez, gostei do final – não estava mesmo nada à espera :) Ah, e não me venham dizer que o Spielberg simpatiza mais com o lado dos israelitas: para mim, a história é apenas contada é desse lado das trincheiras. Apreciei bastante a ausência de muitas lições de moral (ok, talvez exceptuado o violência leva a violência, que por sua vez leva a mais violência… etc. etc. etc.)
Defeitos? Talvez seja demasiado grande – o que parece ser um requisito para os filmes actuais: hoje parece que têm sempre que ter mais que 120 minutos (mais publicidade, mais apresentações, mais intervalos e pronto… qualquer dia é preciso reservar 4 horas para se ir ao cinema).
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(venc. melhor filme, edição, argumento original, nom. realizador, actor secundário, musica escrita p/ filme)
Já o vi há algum tempo (quando estreou, a meio do ano passado) e gostei bastante. É daqueles géneros de filme, tipo Magnolia, com uma série de personagens que, de uma forma ou de outra, acabam por se cruzar e gerar situações interessantes. Não há vilões, não há heróis, apenas pessoas normais que vivem uma história complexa de racismo e xenofobia. Lembro-me que tinha gostado bastante do trabalho de actores (incluindo o nomeado Matt Damon) e do argumento. Mereceu o Óscar para melhor filme.
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